Por Analu Diniz, Ludy Lins e Mateus Viana
Após dois anos de pandemia, o Teatro Universitário volta à FUNARTE com o espetáculo de formatura GOLD.
No segundo semestre de 2021, a UFMG retomou suas aulas sob regime híbrido de ensino e, com isso, surgiu-se a possibilidade de realização presencial da montagem de formatura de 2021. Esse retorno trouxe o vislumbre de novos dias. Para os alunos formandos do Teatro Universitário, foi a chegada de uma faísca que acenderia clarões pelos caminhos. Mas quais caminhos, exatamente?
GOLD, com elenco composto por 4 atuantes, trata-se do espaço-tempo: daquilo que nos foi deixado, daquilo que está em nossas mãos e daquilo que temos a dar enquanto habitantes da terra-mãe, potente, feminina, cujas imprudentes exploração e destruição avançam. Com texto construído coletivamente, a partir das inquietações dos atuantes, da direção e da dramaturgia, o espetáculo aponta dicotomias urgentes: preservar, ou destruir? Semear, ou desmatar? É “oito, ou oitenta”: se não for agora, nunca mais será.
Nós, do Blog Mistura, conversamos com os atuantes dessa montagem e aproveitamos para conhecer um pouco de cada um, bem como perguntar como tem sido esse processo de retorno após tanto tempo de contato realizado somente através das telas. Vem com a gente!
Mistura: Se apresente, fale um pouco da sua trajetória até aqui, experiências de trabalho mais atuais, processo até chegar no TU. Conte-nos, também, como está a formatura, o processo, os pontos positivos/negativos e os desafios de retornar presencialmente.
Ana Luisa Cosse
Bom, então vamos lá. Eu sou a Ana Luisa Cosse, formanda no Teatro Universitário, trabalho com produção cultural há alguns anos e venho produzindo trabalhos artísticos em áreas distintas, porém, semelhantes, né? Como música, teatro, dança. Eu sou formada em Comunicação Social, com ênfase em Publicidade e Propaganda, e acho que dentro da publicidade o que mais me despertou interesse foi o audiovisual, e acho que é porque eu gosto muito de histórias; as histórias me encantam, e por isso, talvez, eu venha produzindo no audiovisual. Tudo que eu produzo no audiovisual acaba tendo uma pegada documental, e com isso eu gosto de trabalhar em projetos que buscam o maior entendimento da nossa cultura popular, e falando nisso, eu também sou dançarina do Grupo Aruanda há 15 anos. E acredito que este grupo, o Aruanda, além de grupo, eu posso chamar de escola, e não porque é uma escola de dança, mas porque é uma escola de vida mesmo, pois foi onde eu aprendi muita coisa em conviver em grupo; sobre palco, sobre tempo, ou pessoas, improvisos; eu vivi ali momentos muito importantes para minha formação como artista e como ser humano mesmo. Já dancei em todo tipo de palco com o Aruanda, desde rua com paralelepípedo, escolas, cidades do interior de Minas, de Sergipe ou em outros estados, enfim. Já dancei em palco pequenininho, mas ao mesmo tempo também dancei em grandes teatros, em arenas para milhares de pessoas; já estive com o Aruanda em muitos lugares mesmo, tanto Brasil, como também no exterior, já fui para países como Itália, Polônia, Portugal, Espanha, Inglaterra, enfim, essa experiência de participar de festival internacional é fantástica, pois para quem está ali é um intercâmbio cultural muito rico, já que a gente encontra com grupos de toda parte do mundo, e esses grupos vêm para apresentações de danças tradicionais e essas trocas que a gente tem são muito intensas, não só por conta dessas apresentações de dança, mas também essas oportunidades que a gente tem de conviver em grupo, ter contato com símbolos e significados da cultura deles, da culinária, da crença, da língua, costumes, enfim, é maravilhoso mesmo. É mesmo uma experiência de vida estar no Aruanda, e no Aruanda eu pude encontrar pessoas incríveis, com as quais eu pude construir projetos. Um dos projetos que eu faço parte é a fundação do bloco de carnaval Fofoca Carimbó, eu sou uma das co-fundadoras e vocalista do bloco; é um bloco que traz a cultura do norte do país, mais precisamente do Pará, para as ruas do carnaval belo-horizontino, e é um bloco que eu tenho muito orgulho e que, enfim, move bastante coisa… e do bloco também nasceu a banda Tutu com Tacacá, do qual eu sou co-fundadora e também vocalista, e é uma banda que tem como foco misturar as culturas de Minas e também do Pará, e daí o nome, Tutu de Minas e Tacacá do Pará, e em 2021 a gente lançou o nosso primeiro disco e estamos aí ansiosas e ansiosos para retornar aos palcos, já que a gente ficou sem tocar esse todo por conta da pandemia; a banda é grande, então não tivemos a oportunidade ainda de nos apresentar. Acho que é mais ou menos isto… tem outros trabalhos também na música, trabalho solo; eu já lancei alguns videoclipes, algumas músicas, e também tenho alguns trabalhos em parceria com outros musicistas daqui de Belo Horizonte. Estou aí nessa caminhada; eu sou uma pessoa apaixonada pelas interseções, as transversalidades da arte, eu gosto de pensar um show, mas não pensar um show apenas como uma apresentação musical, mas levar uma dramaturgia, uma expressão corporal, uma dança e vice-versa, jogar isso pro teatro; então eu gosto de misturar tudo isso nos projetos dos quais eu faço parte.
E sobre a segunda pergunta sobre a formatura. Bom, a gente começou o processo virtualmente, e é muito engraçado pensar isto, pois parece que já tem muito tempo, e foi (acho que) em setembro. E sempre foi tudo muito imprevisível, pois quando a gente começou a gente ainda estava com muita angústia com relação a variante Delta, nem tinha surgido a Ômicron ainda, então a gente não sabia se o processo seria todo virtual, se teria oportunidade de se encontrar em sala de aula, mas enfim, o tempo foi passando e as coisas foram se ajustando, e a gente retornou os encontros na UFMG, e assim… esse momento do reencontro com pessoas de verdade, de carne e osso, o encontro com a sala, com o chão, enfim, com a sala de aula mesmo, foi muito mágico. Nossa, eu lembro… O encontro com os professores e professoras! Eu lembro de ter ficado muito emocionada nos primeiros dias, e assim, até hoje eu fico, não caiu minha ficha que falta pouco pra acabar aquilo, esses momentos de grupo, de aula, de escola, e eu tenho tentado aproveitar mesmo, ao máximo, os bons momentos em grupo, e eu me sinto muito feliz, muito, muito, muito feliz, privilegiada por poder sair da cadeira e do computador depois de tanto tempo no virtual; abandonar as telas de uma vez por todas… As telas eram diárias para a gente, né? Então a gente pode abandonar isso e ter essas vivências presencialmente. Para mim, tem sido um alento poder mover o corpo, poder suar, poder respirar junto, olhar no olho, conectar, sentir a energia das outras pessoas, de pessoas tão queridas, assim, acho que tem sido a parte mais deliciosa do processo mesmo, tem sido isso, as convivências e as trocas. Mas enfim, a gente começou o processo com muitas ideias de texto, mas a gente acabou entendendo que o que no moveria mesmo seria uma criação original, e aí assim, cabem muitos desafios por ser uma criação original, muitas responsabilidades, pelo menos assim, eu penso que a responsabilidade é muito maior, mas ao mesmo tempo a gente tem mais liberdade para criar. O processo tem sido muito intenso, acho que por sermos quatro pessoas nos formando, somos poucas pessoas, então a gente precisa estar em prontidão todos os dias, mas tem sido maravilhoso ter que contar com as pessoas da equipe, na verdade, como é bom poder contar com uma equipe em um processo de montagem de espetáculo, e isso é um dos privilégios de se estar em uma escola como o T.U, então eu sou muito grata em poder conviver com pessoas tão agradáveis, comprometidas e competentes. Enfim, acho que é isso, acho que agora a gente está na reta final, ainda tem muita coisa para ajustar, dentro de cena, mas também fora; estou muito ansiosa para estrear, mas mais ansiosa ainda para ter o reencontro com o público, pois desde que surgiu a pandemia, eu nunca mais fiz mais nada presencial, primeira vez aí, então, estou muito ansiosa e com muita expectativa e muito feliz por essa oportunidade. É isso, vamo que vamo!
Fernando Dornas
Meu nome é Fernando Dornas, estou no terceiro ano do Teatro Universitário, também estou participando do processo de formatura referente ao ano de 2021 que está sendo executado agora em 2022 devido aos atrasos da pandemia. Eu sou ator e também sou publicitário; trabalho atualmente na área de Comunicação e Cultura, e meu caminho na arte foi um pouco tortuoso, ele não foi direto. Eu comecei fazendo aulas de canto, também fiz aulas de radialismo, que foram inclusive durante o curso de Comunicação, e depois que eu comecei a entrar na área do Teatro mesmo. Entre 2014 e 2015, eu entrei no curso de Teatro do Galpão Cine Horto, em que cursei os cinco módulos do Curso Livre de Teatro, e em 2017, eu entrei no Curso de Teatro da PUC Minas, que é também um curso técnico, fiz dois semestres por lá, e em 2018 tranquei o curso por questões profissionais e em 2019 entrei no Teatro Universitário. Então, passei por estas escolas, o Galpão, PUC e T.U. No Teatro, a área que mais me interessa é a dramaturgia, então foi neste braço que fiz mais cursos e oficinas, que foram cursos de escrita livre, cursos de diálogo, núcleos de dramaturgia do Galpão Cine Horto; então eu gosto muito de escrever para a cena. E das minhas participações na cena, ultimamente, mais interessantes que eu posso citar, são minhas participações na Mostra TU, e coloco isso como um projeto bastante importante da escola, essa possibilidade de participar das mostras livres, que são mostras protagonizadas pelos alunos, em que nós alunos fazemos a produção, fazemos a cena e são textos que nós escolhemos, e com isso cada um traz o repertório de si. Em 2019, eu participei do festival com duas cenas curtas, uma foi um solo e outra foi com dois parceiros, que foram o Ricardo Gandra e o Victor Velloso, e em 2021, no modelo remoto, eu participei com uma áudio-cena, e também participei fazendo produção de vídeo para a mostra. Em termos de espetáculo, a montagem de agora do T.U será minha primeira; estou com muita expectativa e muito animado, será então a primeira vez que vou ter uma temporada, espero que as coisas fluam bem.
Sobre o processo, acho legal pontuar três coisas, a primeira delas é participar de um processo como este em um contexto de pandemia. A gente está no modelo híbrido no T.U., então nós vamos às aulas mas são menos aulas do que ocorreria normalmente, a gente precisa lidar com o desconforto da máscara, com o desconforto do distanciamento, que é muito difícil para encenar qualquer coisa, a gente tem que lidar também com os imprevistos que cada um vive, circular pela cidade também ficou complicado, qualquer ameaça à nossa saúde nós temos que avisar, tipo uma gripe ou dor de cabeça, daí você faz teste e vê que deu negativo. Então, primeiramente, tem este desafio de participar de um processo durante a pandemia.
O segundo ponto é o fato de nós termos escolhido fazer uma dramaturgia própria, então nós não estamos partindo de um texto consagrado de Teatro, ou mesmo um texto que será a base ou coisa assim; nós decidimos fazer a dramaturgia surgir do processo, então ela vem das inquietações do elenco, da dramaturga, do diretor, de nossas conversas, de nossos debates, também das cenas que a gente leva, e tudo isto é incansavelmente trabalhado; a gente corta, adapta. Então, isto foi muito interessante, bastante desafiador e enriquecedor, deu para aprender muito fazendo isso.
O terceiro ponto que eu gostaria de falar é da possibilidade de ter uma equipe muito encorpada. Então, nós temos cenógrafa, diretor musical, dramaturga, iluminador e todo mundo traz muito para a montagem, então todo mundo traz suas visões, sugestões criativas, e são incorporadas. Isto tem sido um aprendizado fantástico, pelo menos para mim, que estou na minha primeira montagem e primeira temporada; fazer esse trabalho coletivo é muito interessante, mesmo sendo um elenco reduzido, já que somos quatro atores, pois muitos alunos e alunas trancaram o curso durante a pandemia, mas temos uma equipe muito grande, então deu para ver como várias cabeças trabalham juntas, de maneira orquestrada e que contribuem muito para o trabalho, e espero que isto apareça na peça. Acho que é isso… e é claro que tem diversas coisas que têm sido interessantes para mim, como a parte de interpretação, a parte de contracenar com meus colegas, mas acho que esses três pontos são os que mais aparecem para mim no meu cotidiano.
Tai Pimenta
Oi, meu nome é Tai Pimenta, eu sou ator e estudante do T.U há mais ou menos quatro anos, e eu iniciei na arte aos seis anos na Dança, foi o lugar em que mais me identifiquei até conhecer o Teatro; eu danço Hip-Hop, Ballet, Street-Jazz, K-Pop, tudo que tiver para dançar eu danço, e o Teatro veio como uma junção das artes, eu sempre gostei muito do trabalho com a voz e com o corpo, que era algo que eu sentia falta dentro da Dança, a voz, sentia muita falta disso, e eu encontrei isto no Teatro, e no T.U., que foi um lugar maravilhoso para eu desenvolver essas habilidades; os professores sempre tiveram muita atenção e muita vontade que a gente entendesse e vivesse as propostas deles, as visões de arte deles que são muito bacanas, e que com isso a gente conseguisse construir a nossa própria. O último trabalho que eu fiz foi o PIIM (Programa Intensivo de Interpretação e Montagem), que foi uma forma de experiência presencial que aconteceu há algum tempo, e agora aconteceu de forma virtual e foi maravilhoso, em que a gente estuda as questões da performance, que também é uma área que me interessa demais; eu adoro o momento, as coisas que se formam, como elas se dão, pois acho isso tudo muito fino e sensível; eu gosto muito do processo da performance também, que pode incluir voz, que pode incluir corpo, que pode incluir Artes Visuais, que pode incluir qualquer coisa, e eu amo essa possibilidade, que tem bastante no Teatro mas é mais sensível na performance, né? O processo no T.U. foi maravilhoso!
O processo de formatura está muito doido! Muito tenso! E muito realizador; eu me sinto realizado dentro do processo, por saber que eu estou finalizando uma coisa, tendo conhecimento de tudo aquilo que quiseram me passar e de tudo que eu absorvi. Eu sinto que o virtual foi uma época muito difícil e poder formar presencialmente é tipo, nossa, eu tava só aquele cara do filme A Espera de Um Milagre, e ele chegou! Pois é. Eu estou muito feliz, muito esperançoso e grato por ter conseguido chegar até o final. Acho que o processo de formatura, o desenvolvimento de uma obra, é muito complexo, intenso, demorado, e tem sido gratificante participar dele. É isso.
Victor Velloso
Eu sou o Victor Veloso, sou formando do terceiro ano do Teatro Universitário, acho que isso é óbvio, não precisa entrar muito nisso, em relação a minha trajetória no Teatro, eu comecei a fazer Teatro com 14 anos de idade, e passei por diversas escolas de cursos livres, mas foi aos 17 anos que eu realmente me interessei pelo Teatro profissionalmente, que coincidiu com a minha ida para o Galpão Cine Horto. Lá, eu tive excelentes professores, excelentes mestres, como a Gláucia (Vandeveld), como a Juliana (Martins), como a Kelly Crifer, e foi o Galpão Cine Horto que reavivou a minha vontade de seguir com o Teatro profissionalmente. Eu sempre tive esse desejo, mas acabei indo para a graduação em Geografia, então eu sou geógrafo de formação, e inclusive, estou me formando no T.U. e em Geografia, na UFMG… Mas foi durante a minha graduação em Geografia que eu percebi que queria me profissionalizar, na verdade, em Teatro, e aí busquei o curso técnico do T.U. Eu fiz a prova do Palácio das Artes e do T.U., passei nas duas, mas optei pelo Teatro Universitário justamente pela possibilidade de fazer pesquisas junto à Universidade, e eu realizei uma pesquisa, eu fui bolsista do professor Rogério Lopes, onde fizemos uma pesquisa sobre a produção do espaço urbano através de performances e do Teatro de Rua. Então, eu cheguei a fazer pesquisas no T.U., aí fui me formando dentro do Teatro Universitário, e ao mesmo tempo eu fiz uma série de cursos, de workshops, de oficinas; eu tenho formação com oficinas em Teatro Físico, no Butô, eu fiquei um tempo na AMOK, depois fiz algumas oficinas de Butô com o Núcleo Experimental de Butô de São Paulo, depois fiz uma com Yumiko Yoshioka, fiz uma com o Lume (Teatro); eu tenho uma grande afinidade de trabalho com a presença cênica e a energia do ator, então eu eu tenho uma afinidade muito grande com o trabalho do AMOK e com o trabalho do Lume, que são duas companhias referências para mim. Eu fiz, também, uma pesquisa pela Lei Aldir Blanc sobre sonhos, que cheguei a fazer uma live com a professora Denise Pedron e a professora Samira (Borovick), lá da PUC de São Paulo, do curso de Comunicação das Artes do Corpo, e é uma live que está, inclusive, no YouTube do T.U., e desenvolvi um curta-metragem com esse trabalho também, e foi a última coisa que eu fiz fora da UFMG e durante a pandemia, e também sou bolsista do Teatro no Ar, em que escrevo os roteiros, faço a pesquisa dos programas, sou o locutor dos programas; então, eu fiz duas coisas aí importantes no T.U., que foram a pesquisa com o professor Rogério e o programa de extensão do Teatro no Ar. Então, eu me interesso muito pela pesquisa, além dessas outras formações que eu falei aqui.
O processo (de formatura) tem sido muito enriquecedor e muito importante. Uma vez que eu fiquei parado por quase dois anos devido à pandemia, e eu ia me formar na turma anterior; eu percebi que a linguagem do virtual, apesar de todas as suas possibilidades, todas as suas potências, que inclusive experimentei, eu não gostaria que minha formação se encerrasse sem ser presencial, até porque eu falei que eu gosto muito dessa pesquisa da presença cênica e das energias do ator, então, eu não queria fechar o meu ciclo no Teatro Universitário com uma formatura online, esse retorno para a sala de ensaio tem sido muito bom e importante para voltar a azeitar todo o trabalho que eu venho construindo com o meu corpo ao longo da minha formação, e foi muito bom retomar essas memórias musculares, esses treinamentos têm me tirado as teias de aranha e tem me movimentado criativamente, inclusive; eu acho que a sala de ensaio é uma laboratório insubstituível para o ator, em termos de experimentação e criatividade, então, esse é um ponto que por si só já valeu, sabe? Tem os seus desafios, né? O meu corpo mudou muito em dois anos, eu tentei manter um certo treinamento em casa, mas não é a mesma coisa, então estou voltando a me fortalecer fisicamente para dar conta da formatura que tem um trabalho físico intenso, eu até voltei para o Pilates e para o Gyrotonic, que estão me ajudando a fortalecer para além da sala de ensaio. Eu acho que os pontos negativos são as dificuldades inerentes no processo de formatura, como conciliar os desejos estéticos e conceituais de uma turma, conciliar os desejos estéticos e conceituais com o diretor, a montagem da equipe, às vezes, é uma dificuldade. Também, estarmos todos juntos ao mesmo tempo durante o processo, digo, o diretor, atores, preparadora de voz, preparadora corporal, dramaturga, cenógrafa, figurinista; é muito difícil… foram raros os momentos em que a gente conseguiu juntar a equipe toda para acompanhar o processo, então, essa tem sido uma das dificuldades, mas eu acho isso faz parte do trabalho, e eu acho que tem sido fundamental, e também tem sido uma resistência apresentar presencialmente com as adversidades que a gente está enfrentando, e somos apenas quatro atores, né? Então, ao mesmo tempo que tem sido muito importante para nossa formação, em que quatro atores sustentem um espetáculo como um trabalho de grupo, em que nós estamos em cena praticamente o tempo todo, isso é uma oportunidade profissional enorme, e ao mesmo tempo é difícil, pois quando se tem uma turma grande, às vezes, você areja, já que se tem mais propostas, e muitas vezes nós quatro chegamos no limite juntos. Às vezes, a gente se cansa, pois são poucas pessoas para dividir todas as responsabilidades… na verdade, o que estou querendo dizer é, são menos pessoas para dividir todas as responsabilidades da montagem além da atuação. É isso!
Agora que conhecemos um pouco de cada atuante, conheça um pouco do espetáculo GOLD!
Sinopse
Tem no planeta, na terra, no chão das cidades e das florestas a inspiração para sua criação. O espetáculo joga luz sobre vários pontos de vista, humores, situações e texturas desta terra que habitamos. Ao perguntar se “há um futuro possível para o planeta e seus viventes?”, GOLD passa a confrontar a beleza, o silêncio, a vida sem hierarquias e a sacralidade da terra com sua exploração, violação, ambição e destruição. Outras perguntas permearam o processo criativo: “de quem é a culpa do caos que vem se instalando (crise climática, o desmatamento, o excesso de carros)?”, “queremos ficar nesse mundo ou ir de encontro a outro?”. Por fim, existe alguma esperança que nos motive a acreditar em uma regeneração planetária? Dentre tantas perguntas, cabe agora, aos bem vindos espectadores, responderem e refletirem a partir da proposta sobre a preservação do chão que vivemos e que nos alimenta.
Ficha Técnica
ELENCO (ATUAÇÃO E DRAMATURGIA)
Ana Luísa Cosse, Fernando Dornas, Tai Pimenta, Victor Velloso
DIREÇÃO, CONCEPÇÃO INICIAL E DIREÇÃO DE MOVIMENTO CÊNICO
Tarcísio Ramos
MONITORIA DE PREPARAÇÃO CORPORAL
Bianca Sanches
PREPARAÇÃO VOCAL-CORPORAL-MUSICAL E DESENHO SONORO DE CENA
Helena Mauro
ORIENTAÇÃO DRAMATÚRGICA
Idylla Silmarovi
CRIAÇÃO, DIREÇÃO E EXECUÇÃO MUSICAL
Max Hebert
MELODIAS INCIDENTAIS
AMAZON RIVER (Philip Glass/Uakti); Abertura de “FANTÁSTICO MUNDO DE BOBBY” (John Tesh/ Mark Koval); EVA (Umberto Tozzi); AQUARELA DO BRASIL (Ary Barroso). Música: FAMINTA (Flaira Ferro)
DIREÇÃO DE ARTE
Thálita Motta Melo
ASSISTÊNCIA DE DIREÇÃO DE ARTE
Clara Fadel
CENOGRAFIA
Tarcísio Ramos e Thálita Motta
FIGURINO
Thálita Motta, Clara Fadel e Ndpcon
ACERVO DE FIGURINO
Luiz Dias e Ricca Costumes
CRIAÇÃO E CONFECÇÃO DE MÁSCARAS
Fernando Linares e Rafael Bottaro
DESIGNER DE LUZ
Ismael Soares
MONTAGEM E OPERAÇÃO DE LUZ
Ismael Soares e Eliezer Sampaio
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO EXECUTIVA E COMUNICAÇÃO
Jefferson Góes
ASSISTÊNCIA DE PRODUÇÃO E COMUNICAÇÃO
Ludy Lins, Alexandre Nunes, Diego Balduino, Analu Diniz e Mateus Viana
PROJETO GRÁFICO
Formandes
EXECUÇÃO E ILUSTRAÇÃO
Eduardo Marques
FOTOGRAFIAS
Ariane Lazário e Vitor Macedo
DIREÇÃO CINEMATOGRÁFICA, CÂMERA, MONTAGEM, FINALIZAÇÃO E COR
Kleber Bassa
ASSISTÊNCIA DE CÂMERA
Flor Barbosa
SOM DIRETO
Ialysson Marciel
GOLD
Quando: 10 a 27 de março, de quinta a domingo
Horários: 20h
Classificação: Livre
Onde: Funarte (MG) — Rua Januária, nº 68, Centro, Belo Horizonte
Entrada franca: retirada de ingressos uma hora antes. Vagas limitadas (sujeito a lotação)
Uso de máscara obrigatório e a Funarte segue os protocolos vigentes da Prefeitura de Belo Horizonte.
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