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NADA... O COMEÇO DE TUDO!

Por Grupo Contracena


Assim foi o começo com o Grupo Contracena em 2019, formado por Rafael Eleotério e Rodrigo Mangah. O nome “Contracena” é literalmente o significado da palavra: o jogo entre dois atores. Quando dizemos que o nosso começo foi a partir do nada, não é que não tínhamos nada em mente, pelo contrário, era a vontade de fazer muita coisa em um período difícil, em que estávamos sem possibilidades e sem previsões de trabalho. Inconformados e preocupados, sentamos em uma praça e conversamos sobre nossos sonhos pessoais e sobre o desejo de ter independência profissional e desenvolver o trabalho que acreditamos.


Essa foi nossa primeira reunião! Conversamos sobre a vontade de trabalhar e de valorizar o teatro brasileiro e decidimos iniciar uma rotina de pesquisa, para alimentar e fomentar a nossa arte. A partir daí, começamos a pesquisar alguns autores, como Guimarães Rosa, Machado de Assis, Jorge Amado, entre outros.


De primeira, já nos deparamos com as dificuldades de um grupo iniciante, com muros altíssimos a escalar!

Começamos, então, uma busca por conhecimento para saber lidar com cada passo dessa nova caminhada. Nesse momento, percebemos que precisávamos trabalhar de forma autoral e entendemos que isso também é uma forma de valorizar a arte. O ator Rafael Eleotério propôs o aprofundamento de uma pesquisa desenvolvida para uma cena apresentada no estado do Pará em 2017. A cena permeava temas como: a dificuldade e os tabus de dialogar sobre sexualidade abertamente nas famílias tradicionais e sobre as projeções que os pais fazem sobre o futuros dos filhos, expectativas etc. Após a apresentação da cena, abriu-se uma roda de conversa, na qual foi possível perceber como esse assunto era de identificação comum em quase 90% dos que estavam presentes.


O Grupo começou um processo de pesquisa e de ampliação da cena, elaborando uma dramaturgia mais detalhada e colaborativa, agregando ao texto apontamentos e novas experiências compartilhadas pelo público na roda de conversa, juntamente com as experiências pessoais do ator. Nesse momento, nasce o primeiro esboço do material dramatúrgico e cênico “Heitor”! Éramos só o ator e o diretor, pela impossibilidade de contratar outras pessoas. Então, nos dividimos para capacitações direcionadas aos editais de arte e cultura disponíveis: precisávamos arriscar em todos eles, mesmo sem nenhuma experiência.



Foto: VS Fotografia

Assistimos vídeo-aulas no youtube, lemos editais detalhadamente, estudamos projetos que já foram aprovados e tentamos entender como funciona todo o mecanismo. Fomos reprovados em vários editais, tanto pela imaturidade de elaboração quanto pela inexperiência em grupo. Mas, não desistimos! Arriscamos tudo e fizemos uma temporada compartilhando o processo do material cênico “Heitor” na sala João Ceschiatti. Naquele momento, recebemos o grande apoio e carinho imenso de duas colaboradoras que, hoje, são nossas parceiras em tudo o que fazemos, Iara Torres e Fernanda Xavier. O retorno que tivemos do público foi bem positivo e isso nos motivou a levar o espetáculo adiante.




Foto: VS Fotografia

No primeiro ano de Grupo, fomos contemplados em alguns editais e isso nos permitiu avançar com o trabalho. Propomos também ações de formação e capacitação para a Regional Barreiro, com o objetivo de valorizar a arte, a cultura e os artistas locais. Hoje, o Grupo completa dois anos, caminhando para a segunda versão dramatúrgica de HEITOR, assinada agora por Francisco Falabella Rocha. Tudo que vivemos e aprendemos só reforça que é possível sim trabalhar e sobreviver da arte que acreditamos


O caminho não é fácil, exige persistência e fé, mas é importante entender que cada “não” recebido é para amadurecer e provocar uma busca pelo aperfeiçoamento.

É por isso que estamos aqui, todos/as/es nós resistindo para viver e fazer cumprir nossa vocação.


 

Fundado em 2019, com a coordenação de Rafael Eleotério e Rodrigo Mangah, o Grupo Contracena atua na região do Barreiro, em Belo Horizonte. O grupo desenvolve seu trabalho propondo ações que buscam valorizar a arte e a cultura local, além de pesquisas teatrais com ênfase em dramaturgia autoral e brasileira. Atualmente, tem como principais ações o espetáculo “Heitor”, com dramaturgia de Francisco Falabella Rocha, e o projeto de capacitação “Multiplicação Cultural”.

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